O choro de uma solidão
Como a fúria dos ventos,
como a revolta dos mares,
e a força destruidora de uma tempestade,
a solidão me destroi aos poucos,
como um cais,
que sofre com as inúmeras pancadas do mar,
e os moinhos que giram incansavelmente,
sem a piedade dos ventos fortes.
A solidão me destrói aos poucos,
como o sofrimento de um ipê,
que vê todas as suas lindas flores,
que levaram meses para florescer,
ali caídas no chão como um tapete roxo,
logo depois de uma forte tempestade,
o choro de uma solidão é mesmo cruel,
pois é um choro só,
onde ninguém se importa,
onde ninguém vê.