O choro de uma solidão

Como a fúria dos ventos,

como a revolta dos mares,

e a força destruidora de uma tempestade,

a solidão me destroi aos poucos,

como um cais,

que sofre com as inúmeras pancadas do mar,

e os moinhos que giram incansavelmente,

sem a piedade dos ventos fortes.

A solidão me destrói aos poucos,

como o sofrimento de um ipê,

que vê todas as suas lindas flores,

que levaram meses para florescer,

ali caídas no chão como um tapete roxo,

logo depois de uma forte tempestade,

o choro de uma solidão é mesmo cruel,

pois é um choro só,

onde ninguém se importa,

onde ninguém vê.

 

Autor - Renato Cosme Fulgoni